“Queridos irmãos e irmãs, também este ano, em vários lugares, muitos cristãos celebram a Páscoa no meio de grandes limitações e, às vezes, sem poderem sequer ir às celebrações litúrgicas. Rezemos para que tais limitações, bem como toda a limitação à liberdade de culto e religião no mundo, sejam removidas e cada um possa livremente rezar e louvar a Deus”, pediu o Papa.
Além disso, o Santo Padre rezou para que o Senhor “dê conforto” aos que sofrem por causa da pandemia e “apoie médicos e enfermeiros nas suas fadigas”, porque “todo, sobretudo as pessoas mais frágeis, precisam de assistência e têm direito a usufruir dos cuidados necessários”.
Neste sentido, o Papa indicou que “isto é ainda mais evidente neste tempo em que todos somos chamados a combater a pandemia, e um instrumento essencial nesta luta são as vacinas”. Por isso, voltou a apelar à comunidade internacional, “no espírito de um ‘internacionalismo das vacinas’”, a um “empenho compartilhado para superar os atrasos na distribuição delas e facilitar a sua partilha, especialmente com os países mais pobres”.
Em seguida, o Santo Padre sublinhou que “o Crucificado Ressuscitado é conforto para quantos perderam o trabalho ou atravessam graves dificuldades econômicas e carecem de adequada proteção social”. Pro isso, rezou para que “o Senhor inspire a ação das autoridades públicas para que a todos , especialmente às famílias mais necessitadas, sejam oferecidas as ajudas necessárias para um condigno sustento”, pois, “infelizmente a pandemia elevou de maneira dramática o número dos pobres, fazendo cair no desespero milhares de pessoas”.
Da mesma forma, o Papa disse que “Jesus ressuscitado é esperança também para tantos jovens que foram forçados a transcorrer longos períodos sem ir à escola ou à universidade e sem partilhar o tempo com os amigos”.
“Todos precisamos de viver relações humanas reais e não apenas virtuais, sobretudo na idade em que se formam o caráter e a personalidade”, advertiu.
A Páscoa não é uma miragem
Ao refletir sobre o mistério da Páscoa neste Domingo da Ressurreição, o Pontífice reconheceu que, “no meio desta complexa realidade, o anúncio de Páscoa encerra em poucas palavras um acontecimento que dá a esperança que não decepciona: ‘Jesus, o crucificado, ressuscitou’”.
“Hoje ressoa, em todas as partes do mundo, o anúncio da Igreja: ‘Jesus, o crucificado, ressuscitou, como tinha dito. Aleluia’”.
Neste sentido, o Santo Padre destacou que “o anúncio da Páscoa não oferece uma miragem, não revela uma fórmula mágica, não indica uma via de fuga face à difícil situação que estamos a atravessar” e acrescentou que “não nos fala de anjos nem de fantasmas, mas de um homem, um homem de carne e osso, com um rosto e um nome: Jesus”.
Desse modo, o Papa assinalou que “o Evangelho atesta que este Jesus, crucificado sob Pôncio Pilatos por ter dito que era o Cristo, o Filho de Deus, ao terceiro dia ressuscitou, conforme as Escrituras e como Ele próprio predissera aos seus discípulos”.
Por último, o Santo Padre sublinhou que as testemunhas da Ressurreição “referem um detalhe importante: Jesus ressuscitado traz impressas as chagas das mãos, dos pés e do peito”.
“Estas chagas são a chancela perene do seu amor por nós. Quem sofre uma provação dura, no corpo e no espírito, pode encontrar refúgio nestas chagas, receber através delas a graça da esperança que não decepciona”, disse o Papa antes de conceder a bênção Urbi et Orbi.
