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Identidade e Missão do Religioso Irmão

“Identidade e missão do Irmão Religioso na Igreja”

 

O religioso Irmão reflete o rosto de Cristo: Irmão, simples, bondoso, próximo, acolhedor, generoso e servo”. É o que propõe o documento “Identidade e missão do Irmão Religioso na Igreja”, apresentado na segunda, 14 de dezembro, no Vaticano, por ocasião das atividades conclusivas do Ano da Vida Consagrada que encerra em 2 de fevereiro de 2016.

A vocação dos Religiosos Irmãos – um quinto dos religiosos masculinos na Igreja é de Irmãos ou religiosos leigos, isto é, não são padres, na palavra do cardeal de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, “é, em primeiro lugar, a vocação cristã. É o chamado do Espírito à assemelhar-se a Cristo para a glória do Pai e contribuir na edificação do Reino. Esta contribuição se dá mediante o exercício na Igreja de um serviço ou ministério segundo o Evangelho, que contribui com a saúde espiritual das pessoas”.

Ainda de acordo com dom Aviz, “a pessoa de Cristo é tão rica que cada cristão vive esta vocação colocando em realce alguns traços específicos: alguns se identificam com Cristo dedicando-se ao serviço material para construir um mundo onde as pessoas possam vivem em condições mais dignas; outros, anunciando a Boa Notícia; outros dedicando-se à cura dos doentes; outros ainda, identificando-se especialmente com Cristo pobre, casto e obediente”.

O documento ressalta que a identidade e a missão do Religioso Irmão pode ser assumida na fraternidade entendida como: dom que o Irmão recebe de Deus, comunhão de pessoas; dom que compartilha com seus irmãos na vida fraterna em comunidade e dom que oferece ao mundo para a construção de um mundo de filhos de Deus e de Irmãos. A fraternidade não é simplesmente fruto do esforço pessoal. Não se chega a ser Irmão segundo o Evangelho somente pelo desejo de sê-lo ou por um impulso individual. A fraternidade é acima de tudo, o dom que o Religioso Irmão recebeu e que torna dom compartilhado na vida fraterna em comunidade. O Religioso Irmão vive em comunidade como Irmão de Cristo que intercede ao Pai pela unidade dos seus discípulos. Ele, junto com os Irmãos é aberto às necessidades da Igreja e do mundo. “A sua missão é definitiva, aquela de construir uma fraternidade universal fundada sobre os valores do Evangelho.

A fraternidade dos Religiosos Irmãos não é autorreferencial ou fechada em si mesma. É uma fraternidade para a missão; uma fraternidade em perfeita sintonia, como disse o Papa Francisco, com uma Igreja em êxodo, em saída rumo às periferias deste mundo; com uma Igreja chamada a construir pontes, aberta aos homens contemporâneos de cada raça, cultura e credo. O amor fraterno se concretiza na Igreja e na vida dos Religiosos Irmãos através de numerosos serviços: educar, curar os doentes, assistir os encarcerados, acolher os refugiados, na Catequese, desenvolver determinados trabalhos manuais, etc. Muitos destes serviços representam verdadeiros e próprios ministérios”.

No documento, explicou o monsenhor José Rodríguez Carballo, ofm, secretário da Congregação, “a Igreja é vista como mistério de comunhão à imagem do Filho com o Pai no dom do Espírito Santo. A comunhão das três Pessoas divinas é modelo, fonte e centro da comunhão dos cristãos com Cristo; dela nasce a comunhão dos cristãos entre si (cf. 5. p.2; 3, p.1; 4, p.1; 5 p.1…), em uma vida fraterna. Se trata da comunhão dos fiéis que se reúnem para celebrar o mistério da Trindade e para tornar realidade a súplica de Jesus: “Que todos sejam um, como Tu Pai, é em mim e eu em Ti, afim de que o mundo creia que Tu me enviastes”. (Jo17,21).

À luz da sua identidade como mistério de comunhão, a Igreja, animada pelo Espírito, “reafirma hoje a sua consciência de ser Povo de Deus, na qual todos têm a mesma dignidade recebida no batismo, todos tem a mesma vocação à santidade, todos são corresponsáveis pela missão evangelizadora”.

Entre outras recomendações, o documento convida os religiosos irmãos a não caírem na tentação do ativismo; à colaboração com os leigos (‘os leigos empenhados no mundo recordam eficazmente o religioso irmão que estes não podem ser indiferentes à salvação da humanidade nem ao progresso terreno desejado por Deus e ordenado por Cristo. O Irmão, por outro lado, recorda ao leigo empenhado na sociedade secular que o progresso terreno não é a meta definitiva, que a edificação da cidade terrena está fundamentada no Senhor e aqueles que Nele confiam não terão trabalhado em vão.

Fonte: https://www.missaosalesiana.org.br/identidade-e-missao-do-irmao-religioso-na-igreja/